O que aprendi com C.S. Lewis

Atualmente estou no quarto livro da série As Crônicas de Nárnia. Tem sido ótimo cada leitura que faço dos escritos de C. S. Lewis porque ele passa uma sensação única em forma textual. Não sei se é pela grande carga histórica da série, mas Nárnia parece manter uma relação bem próxima a da minha vida, me surpreendendo quando paro para observar melhor esse paralelo.
Mas o que queria focar não são os pontos de semelhança da história na minha vida, mas sim no que aprendi ao ler os livros. Sei que não acabei, mas já acumulo coisas novas, pra vida toda. Acho que hoje, no mundo tão conectado em que vivemos, uma das coisas mais chatas que existe é passarmos desapercebidos. As redes sociais, por exemplo, são notórios locais de uma sem querer-querendo “auto-exibição”, onde seus posts merecem *likes* e suas mensagens atenção. Porém nem sempre é isso que acontece…
Depois que a grande rede social introduziu a ideia de datar a leitura das mensagens privadas, por exemplo, o mundo nunca mais foi o mesmo. Já vi por diversas vezes pessoas que tem seus relacionamentos seriamente afetados por causa de uma mensagem visualizada e não respondida. E se pararmos pra pensar é realmente chato, visto que ninguém deixa outra pessoa falando sozinho quando se está cara-a-cara com a mesma (salvo casos de ignorância velada). Esse é apenas um exemplo de como o “ser percebido” é importante para a geração atual. E isso acaba por refletir – ou, em certos casos, afetar – os relacionamentos reais do dia-a-dia.
Gentilezas parecem ter saído do nosso “escopo social”, se tornando um detalhe raro de ser encontrado. É engraçado como algumas pessoas tem dificuldade em dar um sorriso, ou um “bom dia”, por exemplo. Apesar de ser algo tão simples, é incrível como essa prática tão trivial foi perdida, dando espaço para relacionamentos frios e unilaterais. Não sei se aprendi as coisas em casa com muito preciosismo, mas pra mim o correto seria manter sempre essas boas-práticas, até mesmo para melhorar nossos relacionamentos.
Percebendo isso, vemos que as redes sociais somente externam o que já é do hábito humano há algum tempo. E a tendência é nos acostumarmos a isso, de tal modo que quando passamos por uma situação reversa – de conhecer alguém que seja simpático ou de receber uma mensagem inesperada – passamos a admirar aquela pessoa, sendo que ela fez algo que era para ser uma atitude natural do ser humano. Mas o que C.S. Lewis tem a ver com isso???

Desde que passei a ler os livros dele pude ser tocado pela simplicidade das crianças ali citadas. Chega a ser profundo perceber como os quatro irmãos da história de Nárnia possuem um relacionamento solene, puro. Vivendo num mundo onde a ignorância e o sarcasmo imperam, não é difícil se impressionar com pessoas que se tratam de maneira amável, sem extrapolações, mesmo nos momentos de ânimos alterados. E ler essa história provocou meus instintos de família, me fez querer voltar ao primeiro amor, a ser uma pessoa melhor dentro dos meus relacionamentos. A se doar para aqueles que precisam, e deixar de lado o egoísmo e qualquer tipo de mágoa ou ressentimento.
E acho que é uma lição válida pra quem lê esse texto. Se você fica chateado por não receber um sms daquele amigo que você tanto estima, experimente enviar você uma mensagem de bom dia pra pessoa. Ao chegar em casa, diga para os da sua família como é bom tê-los perto de você. Quando chegar no trabalho, cumprimente quem puder, e dê ouvidos quando alguém quiser desabafar. São pequenas atitudes que fazem toda a diferença na vida. Aqueles que fazem isso são as pessoas mais realizadas nessa vida, porque a recompensa pelas suas atitudes não está aqui, não é física nem visível. Ser um ser humano melhor a cada dia pode ser difícil, mas é uma das melhores formas de se viver. Aproveite enquanto você pode, porque nunca se sabe até quando iremos durar nessa Terra. Faça sua parte, e seja feliz 🙂

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